Abstract:
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Esta pesquisa tem como objeto a organização dos tempos e espaços na Educação
Infantil como mediadores de aprendizagem. Tem como objetivo compreender quais
aspectos da organização do tempo e do espaço pode contribuir para o máximo
desenvolvimento da criança na Educação Infantil. Portanto, para alcançar o objetivo
principal desta pesquisa foram definidos os objetivos específicos: a) analisar como o
tempo e o espaço são concebidos em diferentes abordagens teóricas que vêm
influenciando as propostas pedagógicas para a Educação Infantil no Brasil; b)
identificar as concepções de tempo e de espaço que as professoras possuem e
vivenciam em suas práticas na educação infantil; c) compreender em que medida a
organização do tempo e do espaço podem favorecer o desenvolvimento das
crianças na Educação Infantil. A pesquisa é de natureza qualitativa, de tipo
exploratória. Os encaminhamentos se deram a partir da utilização de um questionário,
em duas instituições de Educação Infantil, sendo uma pública e uma privada do
município de Ponta Grossa, esse questionário foi utilizado como ferramenta para a
coleta de dados. Para embasamento teórico, foram utilizados pesquisadores que
dialogam com pedagogias participativas e corroboram para uma organização mais
autônoma e significativa das experiências na organização dos tempos e espaços, tais
como Franco (2015), Oliveira-Formosinho (2007), Almeida (2002), Vygotsky (1999) e
Mello (2007), dentre outros. Como resultados identificamos que, apesar de haver um
quantitativo significativo de trabalhos que tratam do tempo e espaço na Educação
Infantil, o número de estudos ainda é pequeno se relacionado ao campo da
Educação Infantil, portanto, há necessidade de maior quantidade e qualidade nas
publicações; por mais que haja publicações e que as professoras que responderam
ao questionário tenham visto algo relacionado ao tempo e ao espaço na Educação
Infantil no processo de formação inicial ou continuada, as práticas que afirmam ter
estão descontextualizadas das abordagens participativas, já que as rotinas não
consideram a participação da criança e demonstram uso maior da sala de aula do
que o espaço externo. Percebe-se a existência de uma contradição entre o plano
teórico das abordagens participativas, demonstrando a importância do tempo e
espaço para o desenvolvimento das crianças e suas aprendizagens, e as práticas que ainda revelam uma organização na perspectiva do adulto, em relação ao tempo
e espaço, revelado em uma rotina engessada, na escassa participação da criança
e tendo o espaço em segundo plano. No que tange às contribuições, destaca-se
que o estudo favorece um olhar mais significativo para pensar o tempo e espaço na
Educação Infantil, o papel do espaço e dos materiais como educadores, assim como
a importância da participação da criança na organização do tempo e do espaço. |