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Esta pesquisa toma como objeto de estudo o processo de adaptação e acolhimento das crianças e famílias. Tem como objetivo compreender o papel das diferentes profissionais da Educação Infantil no processo de acolhimento das crianças e suas famílias. Para alcançar o objetivo principal foram definidos como objetivos específicos: a) delinear as concepções de adaptação e de acolhimento e seus impactos no processo educativo de crianças da Educação Infantil; b) caracterizar práticas de adaptação/acolhimento às crianças na perspectiva das profissionais da escola; c) analisar as propostas de adaptação/acolhimento às crianças expressas nos documentos que orientam os CMEIs de Ponta Grossa. A pesquisa se caracteriza como qualitativa do tipo exploratória, tendo como fundamentação os pressupostos teórico-metodológicos de Gil (2015) e Severino (2002). Toma como base para a retomada dos aspectos históricos da Educação Infantil, os estudos de Kuhlmann Jr. (2015), e os atuais processos de adaptação e acolhimento presentes nos documentos orientadores da Educação Infantil: Constituição Federal (1988), Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010), Base Nacional Comum Curricular (2018) e Referenciais Curriculares para a Educação Infantil (2020). Buscou-se, em Staccioli (2015), Costa e Mello (2017), dentre outros, compreender a relevância dos conceitos de adaptação e acolhimento na perspectiva da escuta respeitosa às crianças inseridas no ambiente educativo. Mediante as análises realizadas, percebeu-se a influência das concepções anacrônicas de infância que permeiam a educação brasileira na ausência de uma proposta de acolhimento dentro do principal documento orientador da Educação Infantil no município de Ponta Grossa. Compreende-se que a ausência dessa discussão na formação inicial e continuada leva à falta de compreensão das profissionais sobre a prática do acolhimento, fazendo-se presente, de forma velada, na instituição de Educação Infantil, a ênfase na adaptação como instrumento de enquadramento e padronização. Aponta-se, também, a ausência de práticas formativas que consideram o ambiente educativo como ponto de partida para as formações, de modo a abranger toda equipe de profissionais. Espera-se que os resultados contribuam para reflexão sobre as práticas de acolhimento e adaptação realizadas nos CMEIs no âmbito do curso de Pedagogia, de modo a possibilitar as mudanças necessárias para uma Educação Infantil que contemple as crianças em sua integralidade. |
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