Estratégias atuais para o tratamento da infecção em revascularizações infra-inguinais

Abstract

A infecção pós-operatória representa uma complicação grave em revascularizações de membros inferiores e sua prevenção, controle e tratamento são um desafio ao cirurgião vascular. Os pacientes que desenvolvem essa infecção apresentam não só morbidade aumentada, como também mortalidade significativa. A infecção pós-operatória é difícil de ser erradicada e, se não for adequadamente tratada, pode causar falência do enxerto vascular, hemorragia e sepsis, sendo de extrema importância o uso de medidas para a prevenção da infecção pós-operatória. A utilização de técnicas menos invasivas para a retirada da veia safena magna em cirurgias de revascularização de membros inferiores e o uso de próteses impregnadas com sais de prata e antibióticos são exemplos de medidas profiláticas utilizadas. O sucesso do tratamento requer uma ampla compreensão da fisiopatogenia do processo, assim como o uso criterioso das várias modalidades terapêuticas, entre elas: a antibioticoterapia apropriada, o desbridamento cirúrgico e a revascularização quando necessário. Atualmente, o uso de próteses impregnadas com rifampicina tem se mostrado eficaz no tratamento de infecção causada pelo Staphylococcus epidermidis. Os resultados iniciais com o uso de enxertos autólogos criopreservados e a utilização da veia femoral superficial como substituto arterial são promissores. O objetivo deste artigo é fazer uma revisão atualizada sobre a avaliação e o tratamento da infecção em revascularizações infrainguinais.

Infection in the surgical management of lower extremity revascularization is a serious complication and its prevention, control and treatment may represent a clinical challenge to the vascular surgeon. Morbidity and mortality rates are high among patients who develop postoperative infection. Graft infection is difficult to eradicate and, if not adequately treated, may cause prosthesis failure, hemorrhage or sepsis. Preventive measures are fundamental to avoid postoperative infection. The use of less invasive techniques to harvest the great saphenous vein in lower extremity revascularization surgery and the use of prosthesis impregnated with silver salts and antibiotics are some examples of the prophylactic measures currently employed. A successful management of the infection requires a good knowledge of the pathophysiology of this condition and the use of many therapeutic modalities like intravenous antibiotics, local wound care, surgical debridement and arterial reconstruction, when necessary. Nowadays, advances in the management of infected vascular prostheses have led to a decrease in amputations and mortality rates. The use of rifampinbonded grafts to treat S. epidermidis infection has proved to be very effective.Early results are promising for cryopreserved allografts and autogenous femoral vein in situ grafts. The purpose of this work is to conduct an updated review of evaluation and management of infection after infrainguinal arterial bypass.