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Abstract:
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Este trabalho analisou a relação entre o processo de urbanização e a variação da Temperatura de Superfície Terrestre (TST) na cidade de Ponta Grossa (PR), com destaque para quatro áreas representativas que passaram por intensa transformação urbana entre os anos de 1992 e 2022. O objetivo principal consistiu em avaliar as alterações térmicas associadas ao crescimento urbano, por meio do uso de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto aplicadas a imagens dos satélites Landsat 5 (sensor TM) e Landsat 8 (sensor OLI/TIRS). As imagens foram processadas no software QGIS, possibilitando a geração de mapas de composição colorida (RGB), mapas de TST e gráficos de perfis térmicos para as estações de verão e inverno. Os resultados demonstraram um aumento expressivo da temperatura de superfície em todas as áreas analisadas, com elevação média de 12°C nas três últimas décadas. A substituição da cobertura vegetal natural e áreas de cultivo por edificações, pavimentação e loteamentos residenciais foi identificada como o principal fator de intensificação do aquecimento superficial. As áreas dos bairros Contorno e Cará-Cará apresentaram os maiores valores de TST, refletindo a forte expansão imobiliária e o predomínio de superfícies impermeáveis. Já os bairros Neves e Boa Vista, embora apresentem urbanização mais recente, também mostraram aumento significativo da temperatura, evidenciando a formação de microclimas aquecidos. Conclui-se que o processo de urbanização de Ponta Grossa modificou de forma substancial o comportamento térmico da superfície, reforçando a importância de integrar estudos de climatologia urbana ao planejamento territorial. Recomenda-se a ampliação de áreas verdes, o uso de materiais menos absorventes de calor e a incorporação de variáveis meteorológicas locais em pesquisas futuras. |