dc.description.abstract |
O presente Trabalho de Conclusão de Curso visa investigar, na perspectiva bakhtiniana, o caráter polifônico presente nos comentários tecidos pelas personagens do Sítio do Picapau Amarelo em duas obras de Monteiro Lobato (1882-1948): Fábulas, publicada em 1921, e Histórias de Tia Nastácia, publicada em 1937. As Fábulas lobatianas começam a ganhar forma quando são narradas por Dona Benta e sempre estão acompanhadas de perguntas, contribuições e críticas instigantes da turma do Sítio do Picapau Amarelo. Em Histórias de Tia Nastácia, a tradição oral popular e o caráter nacionalista são elementos recorrentes, com o autor buscando a todo momento valorizar a cultura brasileira na narrativa. Também nesta obra ocorrem as intervenções do público mirim. Pode-se perceber, no entanto, na fala dos diferentes personagens picapauenses, o choque entre a cultura letrada erudita, representada pela narração de Dona Benta, e a cultura oral popular, representada pela voz de Tia Nastácia, com diferenças de recepção. Esse entrecruzamento de vozes em ambas as obras evidencia o caráter polifônico, sob a ótica bakhtiniana, que atravessa não só as duas obras analisadas, mas propriamente toda a obra infantil de Monteiro Lobato. |
pt_BR |