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A presente pesquisa foi desenvolvida a partir da análise do Livro Didático (LD) de Língua Portuguesa do Primeiro Ano dos Anos Iniciais que as escolas municipais da rede de ensino da cidade de Ponta Grossa utilizam em suas escolas. O objetivo central foi compreender como as narrativas e/ou iconografias presentes neste material contribuem na construção da identidade racial na infância e no Letramento Racial Crítico (LRC). A representatividade começa na infância principalmente na escola que é o ambiente onde as crianças entram em contato com diversas culturas. Sentir-se representado, identificar personagens ou falas que fazem parte da construção de identidade não acaba com o racismo, mas empodera os negros para que entendam o seu pertencimento no mundo. O principal percurso teórico é a educação antirracista na perspectiva de Cavalleiro (2001) e o conceito de Letramento Racial Crítico, cunhado por Ferreira (2014; 2015; 2019). A educação antirracista, segundo Cavalleiro (2001). No cotidiano escolar, a educação antirracista visa à erradicação do preconceito, das discriminações raciais e de tratamentos diferenciados. Nela, estereótipos e ideias preconcebidas precisam ser duramente criticados e banidos. É um caminho que conduz à valorização da igualdade e equidade nas relações. O Letramento Racial Crítico, segundo Ferreira (2014; 2015; 2019) é refletir sobre raça e racismo possibilitando ver o nosso próprio entendimento de como esses conceitos são tratados no nosso cotidiano, e o quanto têm impacto em nossas identidades sociais e em nossas vidas, inclusive no ambiente escolar. O percurso metodológico é a análise qualitativa da iconografia apresentada no Livro Didático de Língua Portuguesa do Primeiro Ano dos Anos Iniciais. A abordagem qualitativa permite compreender e identificar problemas com possíveis soluções, neste caso, problematizar abordagens estereotipadas em relação à presença negra nos livros didáticos para que dentro do ambiente escolar haja mais visibilidade para a cultura negra, propondo a intensificação da luta contra o racismo. Como resultado, percebe-se que a estrutura educacional, em sua totalidade, não permite uma representatividade efetiva de pessoas negras no livro didático. Muitas narrativas e iconografias são ainda representadas por pessoas brancas e não visa a luta e conquista que vêm sendo construídas diariamente por parte da população negra e educação antirracista. Portanto o Letramento Racial Crítico, muito embora seja uma forma dos negros se representarem de forma positiva e natural ainda não é abordada no Livro Didático em questão. É fundamental que haja histórias distintas que representam todas as culturas e não apenas uma única que leve a pensar que apenas os brancos podem ser privilegiados e terem seus finais felizes. O uso da linguagem nos livros didáticos reflete na vida cotidiana, sendo um fator responsável no desenvolvimento da comunicação/socialização e na construção de identidades. |
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